sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ISLAND


Somos todos alunos-professores. Temos um mundo dentro de nós. Não podemos nos isolar e achar que não há mais nada a aprender e/ou a ensinar. Aprendemos com os erros e acertos dos outros e com as nossas próprias experiências. Lembre-se: "nunca desista e continue sempre respirando!" Devemos sempre rezar pela saúde dos enfermos, pelo dom da vida e, principalmente, para que a nossa fé permaneça firme nos momentos de atribulação. Não estou dizendo que seja fácil perseverar na fé, mas a fé é a única arma disponível quando estamos presos ao pessimismo e a desesperança. A fé necessita da relação dúvida/certeza para existir, mas uma fé bem nutrida (através de orações e atitudes positivas) torna-se esperança de vitória. Lembre-se: "não há vitória sem luta nem ressurreição sem morte, mas também não há morte santa quando ela é desejada." Ter fé é crer tão fortemente em algo como sendo verdadeiro que nada nem ninguém poderá se opor a essa verdade. O problema da fé é que ela é diretamente proporcional à autoestima, ou seja, quando estamos com a autoestima baixa a nossa fé torna-se fraca e as verdades que a nossa fé alimenta perdem a cor e o brilho. Assim, considero uma tarefa difícil manter a fé inabalável, mas devemos nos esforçar para tornar uma tarefa difícil algo possível de se realizar. Lembre-se: "um sonho quando sonhado sozinho não passa de um sonho vão, mas quando o sonho é compartilhado com outras pessoas torna-se realidade." (John Lennon) Nesse ponto o Terço dos Homens pode ser considerado um desses lugares onde o sonho é sonhado junto e misturado. Contudo, não devemos achar que vamos ser curados imediatamente. Devemos amar sem esperar nada em troca. O nosso grande problema é que somos ansiosos demais e não sabemos esperar o tempo de Deus que é um tempo tautológico, ou seja, um tempo verdadeiro e supremo.

AUTOR DO TEXTO: Denio Medeiros de Araújo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

TUCUM


Finalmente encontrei o Anel de Tucum.

Agora meus votos de castidade, obediência e pobreza em espírito serão chancelados por um simbolo de simplicidade e humildade.

Considero importante utilizar o anel como sinal da minha adesão a uma vida repleta de graças e bênçãos, limitações e simplicidade. Necessito de mecanismos que me prendam a realidade e o Anel de Tucum representa uma realidade que eu gostaria que fosse minha. 

Espero ser digno de utilizar o Anel de Tucum durante toda a minha vida. Às vezes não considero a minha vida um exemplo dos votos de castidade, obediência e pobreza em espírito que eu jurei proteger. Apesar disso e por causa disso torna-se fácil reconhecer que a maioria dos santos em algum momento de suas vidas cometeram pecados. Não seria diferente conosco. Longe de mim merecer ser chamado santo, pois a conversão e a santificação são buscas eternas que provavelmente só serão alcançadas no último suspiro da humanidade. Não é um anel que vai determinar a salvação de um ser humano, mas através dele podemos enxergar a nossa pequenez diante da grandiosidade do UNIVERSO.

"O anel é simbolo e não o fim das coisas. Ele é revestido de muita luta e comprometimento. Quem o usa afirma sua opção pelos pobres e lutas sociais. É muito bonita e sofrida o seu significado.

O anel tem sua origem no Império do Brasil, quando jóias feitas de ouro e outros metais nobres eram utilizados em larga escala por membros da elite dominante para ostentarem sua riqueza e poder. Os negros e índios, não tendo acesso a tais metais, criaram o Anel de Tucum como um símbolo de pacto matrimonial, de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era um símbolo clandestino cuja linguagem somente eles compreendiam.

Mais recentemente, a utilização do Anel de Tucum foi resgatada por fiéis cristãos, especialmente adeptos da teologia da libertação, com o objetivo de simbolizar a 'opção preferencial pelos pobres', especialmente por fiéis católicos após as Conferências Episcopais de Medellín e de Puebla.

O Anel de Tucum foi tema de documentário homônimo dirigido por Conrado Berning em 1994. No filme, o bispo católico Dom Pedro Casaldáliga, um dos entrevistados, explica da seguinte maneira a utilização do anel:
 

'Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas consequências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso, foram até a morte.'

Outros grupos católicos, por sua vez, especialmente devido a forte ligação entre os usuários do Anel de Tucum e a teologia da libertação, consideram que este 'é uma ostentação de pobreza. E ostentar virtude é vaidade que anula toda virtude. Usar isso, para demonstrar amor aos pobres, mais é demagogia do que virtude. Se alguém é realmente pobre, deve praticar essa pobreza e o desprezo das riquezas, sem ostentação, porque se não é pura vaidade e desejo de ser considerado pobre e bom. Isso é orgulho mascarado de pobreza'."  


AUTOR DO TEXTO INICIAL: Denio Medeiros de Araújo. 
AUTOR DO TEXTO EM NEGRITO/ITÁLICO: Denilson Medeiros de Araújo.